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Bru Fioreti

7 dicas para ser bem-sucedido, segundo Tony Robbins, o coach das estrelas

Bru Fioreti

14/08/2018 05h00

Talvez você tenha ouvido falar dele, o maior coach do mundo, que esteve no Brasil em um evento promovido pela Indústria do Conhecimento com pelo menos 11 mil pessoas no SP Expo, no fim da semana passada. Talvez apenas vá se lembrar da cara de Tony Robbins por ter assistido ao popular documentário "Eu Não Sou o Seu Guru", na Netflix. Ou ainda vá ser apresentado a essa figura agora.

As pessoas pagaram até R$ 5.500 para ver Tony falar por cerca de quatro horas por uma razão. O americano atua com liderança e comportamento há mais de 40 anos, tem vários best sellers e já atendeu incontáveis famosos. Pense em Bill Clinton, Brooke Shields, Oprah, Pitbull, Serena Williams, Arnold Schwarzenegger, Andre Agassi, integrantes de famílias reais (incluindo Lady Di) e de bandas conhecidas, como o Aerosmith,  além de dezenas de empresas mundo afora. Fora as cerca de 50 milhões de pessoas que, segundo sua equipe, já participaram de seus treinamentos ao vivo. Ele se diz um "estrategista", não um motivador.

Tony Robbins é o coach das estrelas (Foto: Divulgação)

Mas então por que todo mundo grita e pula sem parar nos seus treinamentos? E por que a maioria das pessoas que vai a uma de suas palestras sai encantada e… motivada? Meu palpite é que ele, além de ser carismático e um orador de primeira, vai explicando o porquê de cada "tira o pé no chão" que pede com propriedade. E isso faz você sentir na hora os efeitos dessas técnicas e, caso se permita, substitui o ceticismo por uma postura de "por que não?". Até porque dá certa inveja da energia que o próprio esbanja do alto de seus mais de 2m de altura e 58 anos de idade…

Você pode achar truque, citar o efeito manada ou dizer que cantores sem grande potência vocal conseguem o mesmo em grandes palcos… Direito seu, é um ponto de vista. Mas as empresas gigantescas que veem seus lucros subirem com as estratégias do coach não se importam muito com o que pega bem ou não. Tony dá resultado, e o faz há mais de quatro décadas.

Fui ao vivo ver o que esse cara tem e saí de lá com um compilado de dicas que você pode testar em casa. Elas servem para despertar uma consciência maior da sua vida e dos seus padrões de comportamento, ajudar a ganhar clareza de algumas situações e sacudir a poeira em momentos de desânimo.

Ele mesmo enfatizou que o que conseguiria entregar em tão pouco tempo seriam pílulas, sementes — uma vez que seus treinamentos costumam durar dias. Vamos a algumas das principais sacadas que ele trouxe em seu treinamento no Brasil.

1. Se quer ser bem-sucedido, você precisa de alto nível de energia

"Movimento cria emoção": Tony repete isso até você se convencer que dar uns pulinhos é um preço pequeno a pagar para melhorar a energia e o humor imediatamente. Quando ele fala em ter alto nível de energia está se referindo ao componente psicológico disso, que pode, no entanto, ser "induzido" por meio do movimento que fazemos.

Em vez de ter uma postura passiva, esperando que seu estado atual, sua vida ou as pessoas melhorem, se mexa — literalmente — para isso.

Como conseguir: 

Sua mente é diretamente impactada pelo seu corpo e pelos movimentos que faz. Tente observar como seu corpo se porta quando você está mal e sem ânimo. Fala mais baixo, a postura fica curvada, as expressões do seu rosto se fecham etc. Agora observe a sua linguagem corporal quando está feliz: talvez gesticule mais, a postura é ereta, as expressões são diferentes, fala mais alto e assim por diante.

Tente, de propósito, se lembrar de ter essa postura mais energética e positiva no dia a dia, fazendo o movimento inverso. Ou seja, em vez de esperar se sentir bem para mudar a postura, mude a postura para se sentir bem. E sua mente responde ao movimento.

Pular, fazer barulho e cantar também são táticas express para aumentar o nível de energia. Explico mais abaixo.

Movimento cria emoção, diz Tony Robbins. Ouvir música, pular e fazer barulho é um combo certeiro para melhorar o ânimo (Foto: Pexels)

2. Chega de achar que ter problemas é o que o impede de ter sucesso

Tony repete muitas vezes que ter sucesso em qualquer área da vida não depende dos acontecimentos externos, muito menos da ausência de problemas, mas da própria pessoa, que precisa estar em constante mudança e melhoria.

A felicidade é um padrão, que pode se tornar o seu. E problemas e sucesso não estão relacionados.

Como conseguir:

Tony conta que no início de sua carreira passou a ir atrás de livros e fitas cassetes de palestras que contavam casos de pessoas de sucesso. Estudou repetidamente esses cases para entender o que havia de diferente ali e absorver os aprendizados.

Você pode fazer o mesmo, e ele recomenda: "leia livros" (a ênfase é do próprio coach) sobre isso todos os dias, procurando bons exemplos para se inspirar e se cercando de histórias positivas. Perceba como todos enfrentam dificuldades; não é isso que determina o sucesso ou não, mas outros fatores, como persistência, foco, crença e ação.

Além de biografias, você pode ler livros que ampliem seu autoconhecimento (veja dicas aqui), que ajudam a ter foco mais positivo.

3. Não atingimos todo o nosso potencial porque falta acreditar

Ele fala sobre o "momentum", no que chama de "ciclo do sucesso", que envolve o potencial que a pessoa tem, as ações que faz para conseguir algo, os resultados que obtém e as crenças sobre aquilo. Todos esses fatores estão ligados. Se você mexer nas crenças consegue realizar mais do seu potencial.

É sobre "mudar os resultados na mente" antes de querer mudar algo aqui fora. Isso quer dizer mexer nas crenças, começar a acreditar que consegue fazer/realizar mais, para que isso de fato aconteça. Nossas crenças nos limitam porque, em última análise, limitam nossas ações — impactando diretamente os resultados. Isso em qualquer área da vida, não apenas na profissional.

Como conseguir:

Vale tentar um misto de técnicas que muitos atletas usam, que é visualizar o resultado desejado e também investigar sua própria postura diante do sucesso.

Tente visualizar seu objetivo todos os dias, com o máximo de detalhes que conseguir, para manter seu foco e sua energia direcionados a ele. Ao fazer isso, ele começa a se tornar real, verdadeiro para você. Perceba também como seu corpo reage a essa visualização e tente manter mais dessa postura no dia a dia.

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4. Pare de dar desculpas e assuma a responsabilidade pelo que aconteceu

Não é sobre se culpar, mas se responsabilizar e desenvolver clareza sobre os fracassos, até para poder aprender com eles e evoluir. Ele cita as desculpas mais comuns que as pessoas dão e diz que esse padrão de encontrar fatores externos para apontar não nos leva à evolução e ao sucesso, porque não induz a melhorias, mas a um ciclo improdutivo de reclamação.

Culpamos o chefe, a equipe, a falta de dinheiro, de tempo, de educação, de tecnologia, o momento da economia…

Em vez disso, deveríamos focar  nos chamados "recursos internos" — o que você tem e pode lhe ajudar a evoluir em qualquer aspecto da vida. São fatores como compromisso, criatividade, determinação, convicção, flexibilidade, conexão, visão e compaixão. Isso é seu, é com isso que deveria "trabalhar".

E, claro, as emoções que, para Tony Robbins, são o "recurso supremo".

Como conseguir:

Pense em um ou mais reveses que teve na vida, em coisas que queria muito, e liste o que deu errado para que aquilo tenha acontecido. Agora observe se o que escreveu traz essa responsabilidade para você ou se é um acumulado de desculpas externas.

De posse da sua parcela de responsabilidade, pense: "em uma situação semelhante, o que posso fazer diferente numa próxima vez para ter resultados melhores?".

5. Você pode se condicionar a sentir mais emoções positivas que negativas

Você pode mudar seu estado mexendo em dois fatores: fisiologia e foco — ou seja, usando seu corpo de maneira consciente e escolhendo no que vai pensar a maior parte do tempo e, consequentemente, direcionar seus sentimentos.

No fundo, todas as coisas que almejamos na vida servem para nos trazer boas emoções. Mas não é preciso esperar tudo estar perfeito para se sentir melhor — isso pode ser feito agora.

Como conseguir:

Para estimular emoções positivas, tente a técnica mais usada nos treinamentos: com música empolgante e bem alta, pule por alguns minutos com postura ereta, cabeça erguida e braços para cima. Cante, faça barulhos e sorria propositadamente. Mesmo que ache ridículo, isso aumenta o nível de energia na hora. Mas Tony Robbins recomenda, é claro, tentar adotar uma postura mais positiva, curiosa, e prestar atenção à música.

Para mudar o foco, faça boas perguntas, daquelas que façam você ver as coisas de uma perspectiva diferente. Isso vale para você sozinho ou quando está em negociações difíceis.

Para se sentir melhor de imediato, pense em algo do qual se orgulha na sua vida e foque por um instante nisso. Pode ser também algo que lhe provoque gratidão ou animação. Uma vez mais, observe o impacto que isso tem no seu corpo. Ao pensar nisso, como respira, como ficam suas expressões, o que acontece com sua postura?

6. Para ter sucesso nos negócios, vá mais fundo no perfil do seu cliente

Conheça profundamente o perfil do seu cliente e faça a ele uma oferta irrecusável: essa é a dobradinha que Tony Robbins recomenda para fazer empresas serem mais bem-sucedidas. O que ocorre, muitas vezes, é que em vez de investigar a fundo quem é o cliente, do que ele gosta, o que quer e necessita, os empresários se apegam a suas crenças e ao seu modelo de mundo, que pode estar ultrapassado. Esquecem que o foco deveria ser o outro, para quem querem vender.

Como conseguir:

Pegue papel e caneta (ou um bloco de notas do computador e do celular) e responda a essas duas perguntas:

1) Qual o perfil do meu cliente ideal? (detalhe quem é, quantos anos tem, do que gosta, quais seus desejos mais profundos, seus problemas, seus hábitos etc. A ideia é saber absolutamente tudo sobre ele).

2) Como posso fazer a ele uma oferta irresistível? (pense: "a que seria impossível para ele dizer não?").

7. Conheça sua "casa emocional" e escolha reformá-la

Sua performance não está diretamente relacionada às suas habilidades técnicas, mas ao seu estado, ele diz. E todos temos padrões, pilotos automáticos. É como se estivéssemos treinados a reagir sempre da mesma forma, com as mesmas emoções, a qualquer evento. Se você tem, por exemplo, a tendência a se irritar, isso vai acontecer com mais frequência em diversas situações. Enquanto outra pessoa, cujo padrão é entristecer, irá por esse caminho nas mesmas situações.

Essa é a "casa emocional" daquela pessoa — é o lar para o qual ela sempre volta, não importa o estímulo externo. A questão é que, se você tem padrões que não o levam a ter mais energia, boas emoções e confiança, isso impacta negativamente na sua vida.

É bom saber qual é essa casa emocional para ganhar consciência dos padrões que anda vivendo e, ainda melhor, mudar sua casa emocional. Mesmo sendo difícil alterar comportamentos arraigados, com treino e persistência, é possível.

Como conseguir:

Tente o exercício que Tony passou aos participantes do evento no Brasil. Escreva uma lista das emoções positivas e negativas que mais sente em uma semana, trace uma linha para separá-las. Depois, escolha as três principais de cada uma. Essa é a sua "casa emocional" atual.

Agora pergunte-se: quais são as duas emoções positivas que gostaria de sentir mais para melhorar os resultados da sua vida? Escolha duas emoções positivas para focar e tentar provocar no dia a dia de agora em diante.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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