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Bru Fioreti

Como causar uma boa impressão na primeira conversa e ampliar seu networking

Bru Fioreti

19/09/2017 08h00

Seja você mesmo. A frase está batida, eu sei, mas ela tem sido considerada a chave da diferenciação e, portanto, das boas conexões no cenário de hiperconectividade atual. Soa arriscado, e é. Mas é também muito mais eficiente do que se jogar em frases e comportamentos clichês — sem se destacar, você cai no esquecimento facilmente e não cria laços. Sem laços, suas possibilidades de crescimento profissional caem.

Mas como funciona esse networking dos novos tempos na prática?

Pense aqui: quantas pessoas você encontra por dia? E, dessas, quantas poderiam de alguma forma alavancar sua carreira? Difícil quantificar, até porque, para saber quem poderia ter algo a oferecer ao seu sucesso profissional, seria preciso evoluir de um simples "bom dia" a uma relação.

Não desperdice o momento de pausa no café ou qualquer outro: fazer bons contatos independe da hora e do lugar. (Foto: Pexels)

 

E cada vez mais obras têm se dedicado à arte do networking, que hoje é visto como muito mais que fazer e manter contatos profissionais. No cenário atual, toda hora é hora e todo lugar é lugar para ampliar e cultivar sua rede de contatos — nem sempre profissionais! Tudo importa. Cada conversa "jogada fora", cada sorriso distribuído, cada mensagem enviada, cada comentário feito nas redes sociais.

Mais humor, por favor 

É por isso que a primeira conversa não é mais regida pelos princípios de dizer o que é conveniente nem desperdiçar aqueles minutos com alguém com um simples "que tempo maluco, né?". Se você faz o tipo bem-humorado, ótimo. O humor é uma das formas mais eficientes de quebrar o gelo. O pior cenário é o interlocutor ignorar você, não entender o que disse ou detestar seu "approach". Mas as chances de que você chame a sua atenção são ótimas!

Claro que vale o bom senso de fazer humor leve, nada polêmico demais — a não ser que este seja seu dom. Aí vale a regra: quanto mais verdadeiro você for, melhor. Diferenciação garantida.

O americano Keith Ferrazi, expert na área, defende que se fale algo completamente fora da curva, a fim de captar a atenção da outra pessoa e ser lembrado. Se for alguém que você já conhece, mas ainda não estabeleceu contato até então vale dizer algo como "você é amigo de fulano, né? Ouvi falar bem de você". É um jeito de encurtar a conversa fiada e partir para a troca de contatos.

Falar que admira a pessoa e há tempos gostaria de conhecê-la — caso isso seja verdade — também é extremamente eficiente, porque transmite sinceridade e certo grau de vulnerabilidade, o que aproxima as pessoas. O mesmo vale para um elogio específico e sincero que você se sinta impelido a fazer na hora. As pessoas querem ser amadas, bem lembra Ferrazi, e nada as satisfaz mais do que serem reconhecidas de maneira genuína e específica.

Para conquistar, foque no outro 

Como estamos tratando da primeira aproximação, é raro que logo de cara você saiba em que pode ajudar a pessoa. Mas, além da autenticidade, a maior tendência de networking hoje é pensar no outro, premissa do best-seller de Adam Grant, "Dar e Receber". Se você é uma pessoa generosa, isso retorna das mais diversas formas, uma vez que os generosos — os "givers", as pessoas que têm o perfil de se preocupar mais em dar do que em receber, segundo Grant — reconhecem-se uns aos outros, formando uma rede poderosa de contatos e suporte pessoal e profissional.

Aliás, importante frisar: contatos pessoais e profissionais podem estar bem divididos na sua mente e na sua agenda, mas nada é menos inteligente do que ignorar o lado pessoal alheio. Perguntar sobre seus filhos, seus pets, sua saúde e seus projetos é fundamental. Pergunte de forma verdadeira, cite nomes se puder, retome uma conversa anterior sobre a família de forma leve, mostre fotos dos seus se sentir abertura… Tudo isso sugere "eu me preocupo com você também como pessoa, sou de verdade também e sou confiável".

Qualquer pessoa, em qualquer lugar, é um bom contato em potencial. Se ficar hipnotizado no celular pode perder a chance de conhecer alguém interessante. Não subestime as pessoas e o que elas têm a oferecer.

Num resumo rápido: 

  • fale menos sobre você e tente focar a conversa no outro. Você tem poucas chances de causar uma boa primeira impressão, use-a demonstrando quão simpático e generoso você é;
  • seja fiel ao seu estilo de comunicação. Nada pior que uma pessoa engraçada forçando seriedade ou uma pessoa tímida suando frio para ser divertida além da conta. Fale honestamente, tentando ultrapassar a barreira do "olá;
  • use a tal "small talk" se precisar — o chamado papo de elevador –, mas tente evoluir a partir dele se tiver a chance. Diferenciação e autenticidade, em geral, não decorrem de comentários sobre o tempo, a poluição ou a demora em cada andar;
  • não deixe que sua ansiedade ou seus interesses mais diretos atropelem sua boa edução e foco no outro. sair falando que precisa de algo pode soar invasivo. Se precisar fazer isso, use o humor para "quebrar" ou simplesmente seja sincero sobre a vergonha que estava de fazer essa abordagem;
  • seja breve, porém assertivo com pessoas muito ocupadas. Se for uma oportunidade poderosa de fazer contato, certifique-se de sair com um café engatilhado ou número de celular;
  • esteja sempre bem apresentável, porque nunca — nunca mesmo — se sabe onde você vai esbarrar com seu próximo grande contato. Estar bem arrumado e ser agradável com todos é primário, mas achei melhor reforçar aqui.
  • sempre que possível, lance mão de alguma frase ou comentário que soe autêntico para você, mas que salte aos olhos do outro. A ideia é que você tenha referência para entrar em contato depois.
  • claro, mande uma mensagem, um e-mail, um pombo-correio: mas faça contato depois do breve encontro. Por melhor que tenha sido a primeira impressão que causou, se você não se esforçar ela morre ali. Nada de contar com o acaso.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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