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Bru Fioreti

7 lições de carreira por Mônica Salgado

Bru Fioreti

30/06/2017 08h00

A gente aprende errando. Você já ouviu isso antes, mas que mal há em pular alguns infortúnios no caminho "roubando", sem a menor cerimônia, as dicas alheias?! Ou seja, aprendendo com os erros dos outros… Como coach, indico fortemente essa estratégia, e é por isso que decidi trazer para esta coluna o formato "7 lições de carreira por…", no qual entrevisto mulheres de sucesso para que contem seus principais aprendizados e dividam suas dicas de carreira mais preciosas.

Decidi começar com alguém que conheço de perto: a jornalista e influenciadora digital Mônica Salgado, 36, considerada um case de branding pessoal e boa gestão de carreira — sim, porque sucesso é uma conjunção de talento com timing, proatividade, conhecimento, persistência e planejamento. "Levei muito não até aqui, viu? Tem que ser incansável, apaixonada e manter a esperança", diz Moni.

Parêntesis para leitores novos: eu fui redatora-chefe da revista "Glamour" e trabalhei cinco anos com ela, então a escolha não é isenta. Mas leia até o final e depois me conte se as dicas não são mesmo boas! 😉

Um case de redes sociais 

Jornalista de formação com MBA em Moda, ela passou por inúmeras assessorias de imprensa e redações de revistas até chegar ao cargo de redatora-chefe da revista "Vogue", que ocupou por cerca de seis anos e, depois, à posição de diretora da revista "Glamour", que comandou desde a sua fundação no Brasil, em 2012, até recentemente. Ali Mônica ganhou visibilidade e status que até então nenhuma diretora de redação brasileira havia conseguido.

Passou a utilizar as redes sociais para alavancar a revista e a expor sua própria figura de maneira real, o que cativou as leitoras. Ganhou fãs, passou a ser requisitada para palestras, talks para grifes de moda e lifestyle e… virou empresa de si mesma. Hoje, com mais de 300 mil seguidores no Instagram, também é repórter especial do "Vídeo Show", na Globo. Ah, sim, sua agenda está lotada e sua conta bancária vai bem, obrigada.

Vamos às suas lições.

Mônica Salgado, jornalista e influenciadora digital FOTO: DIVULGAÇÃO

Lição 1. Pense no que pode fazer diferente sempre que possível

"A pergunta que sempre me moveu foi: 'o que eu posso fazer de diferente, que não está sendo feito?'. Isso foi desde o meu emprego número 1, mas atingiu níveis extremos na 'Glamour', porque a revista surgiu no auge do boom digital no Brasil, em 2012, não precisou se adaptar a esse contexto e isso nos deu muitas vantagens. Pudemos chegar aos leitores de maneira próxima, informal, gerando identificação e engajamento. A história de colocar a nossa cara nas redes sociais foi fundamental! Eu sempre acreditei que o leitor queria saber a cara por trás da revista. Mas foi uma coisa muito criticada pelo mercado, inicialmente malvista mesmo! Tivemos problemas junto à direção, era uma coisa inovadora para a época. E olha só… Hoje a gente sabe que isso virou commodity — você já começa tendo que se colocar dessa forma."

Lição 2. Trate sua rede de contatos como ouro. O mundo dá voltas…

"A gente acaba encontrando com as mesmas pessoas, que vão se movimentando nas hierarquias por aí. Como é bom ter contatos bacanas, deixar boas impressões por onde passa! E sempre cito a importância de fazer cursos bacanas com pessoas que te inspiram. Eu fiz um curso com a Lilian Pacce na Anhembi Morumbi e ela me chamou pra cobrir SPFW pelo 'Estadão' com ela. Isso me ajudou a circular, a conhecer as pessoas na época. O 'Estadão' tinha grande visibilidade, foi ótimo para mim. Outro exemplo: o Giovanni Frasson, que foi da 'Vogue' por 20 anos, selecionou os quatro assistentes dele por cursos que ministrou — entre eles, a Karine Villas Boas, que hoje é editora de moda sênior da 'Glamour'. Dois casos que ilustram bem a importância do networking."

Lição 3. Encontre o que realmente te apaixona, porque não há sucesso sem tesão

"O trabalho bem-sucedido vai ser aquele que faz seus olhos brilharem. Se é um caminho médio que escolheu para a sua vida, sua entrega vai ser média e seu retorno, idem. Entender do que você gosta, o que te dá tesão, o que nasceu para ser, quais as suas habilidades, as suas limitações, que riscos topa encarar… Buscar esse autoconhecimento por terapia, meditação ou qualquer outra forma é o que vai fazer a diferença. Dessas respostas é que vem a tal satisfação plena. As pessoas acham que plenitude não existe, mas eu discordo. Minha história na 'Glamour' foi plena — uma entrega total minha, mas  também recebi muito do público e do mercado, recebi coisas que me fizeram hoje estar onde estou."

Lição 4. Entregue sempre mais do que é pedido. Não se contente com a nota 7

"É a lei universal: o que difere o profissional médio do ótimo é fazer a mais, ser proativo, curioso. Algumas pessoas têm isso como um dom. Mas se não é seu caso, sugiro ter uma racionalização dessa postura, trazer à consciência para que comece a praticar a entrega acima da média. Tem muita gente no mercado e fazer a mais é uma grande vantagem competitiva."

Em 2012, como diretora da "Glamour". "Era inovador mostrar as caras por trás da revista, mas eu insisti" (Foto: Divulgação)

Lição 5. Não desanime no primeiro não. Nem no segundo. Insista, persista

"Acho que sou um case de nãos! Tentei passar num processo seletivo da Rede Globo, cheguei até a última etapa e não passei — nunca soube por quê. Também fiz o da Editora Abril (meu sonho era trabalhar na 'Elle') e, de novo, não passei. Então fui trabalhar em lugares menores, o que foi legal porque aprendi a fazer tudo, mas não me satisfazia. Acabava saindo de muitos empregos prematuramente, era criticada por isso. Mas eu não via sentido em aguentar uma coisa que sabia que não queria! Aí fiz MBA, trabalhei com marketing, o tempo passou… até que comecei a fazer frilas para a 'Vogue' em 2006 e fui contratada em 2007. Lá, sim, eu pensei: 'Achei o que quero fazer!'. Até 20 e tantos anos, portanto, eu não tinha me encontrado. O negócio é não perder a esperança."

Lição 6. Traga as pessoas que admira para perto de você. Tenha curiosidade por gente!

"É preciso ficar muito ligado, ler, se informar sobre o que estão falando, seguir as pessoas certas, ir a eventos, marcar almoços com gente interessante… E se cercar de pessoas jovens para se oxigenar — um conselho que ouvi pela primeira vez da Costanza Pascolato e levei para a vida. É sobre ter curiosidade aguçada para aprender com a história das pessoas e trazê-las para dentro do seu universo, quando isso fizer sentido para o seu trabalho."

Lição 7. Compre brigas, sim, mas só quando for realmente necessário

"Não é comprar briga sempre que for contrariado, que se sentir desafiado ou que estiver muito apaixonado por uma ideia. Faz parte da maturidade profissional conseguir se afastar um pouco da situação, olhar as coisas em perspectiva e só então conseguir se colocar de maneira polida. Eu acho que pequei muito nesse sentido. Então aprendam com meus erros! A resposta não precisa ser imediata. Se você dormir sobre a ideia vai conseguir entender melhor o que está te incomodando e por que — antes de falar qualquer coisa."

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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