Puxar papo, dar feliz aniversário: 5 passos pra você melhorar no networking
Bru Fioreti
02/07/2019 04h00
Todo lugar é lugar para networking. Frequente eventos da área, esforce-se para ir àquela festa, largue o celular um pouco… Tudo começa aí (Foto: PEXELS)
Você já ouviu falar que ter uma boa rede de contatos é essencial para se manter atualizada sobre o mercado, ser considerada para oportunidades, criar uma marca pessoal forte… Mas está praticando o networking?
Dá trabalho, eu sei.
Networking não é só frequentar eventos nem só falar com os colegas do job atual. Tampouco se resume a trocar contatos com pessoas do meio. É preciso ter coragem para dar o primeiro passo, mas também se esforçar para mantê-los.
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Começa com um interesse genuíno pelo outro desde o início. Requer escuta ativa (quando você não tenta adivinhar o que diz nem se apressa em dar seu ponto, mas de fato absorve o que está sendo dito). Envolve disposição para olhar as necessidades dele e contatá-lo vez ou outra.
Mas não é uma dádiva caída dos céus. Por mais tímida ou sem paciência que você seja, pode tentar os passos a seguir e sair da toca, puxar assunto, gerar conexões e mantê-las ao longo do tempo.
Ideias de como, aqui.
1) Ir sozinha a eventos
Talvez um dos maiores desafios para as pessoas introvertidas: sair sozinha, seja para se divertir, seja para participar de eventos profissionais. A única maneira de tornar isso menos doloroso é se arriscar sem companhia.
Comece na vida pessoal, indo ao cinema sem acompanhante, ou almoçando sozinha para se adaptar ao fato de não ter ninguém ao lado para distrair sua atenção. Treine ficar cada vez menos tempo olhando para o celular nesses momentos, ao poucos… tendo paciência consigo mesma.
Depois tente ir a eventos que não tenham aquele momento destinado a networking, como palestras pontuais ou conferências grandes, nas quais ninguém vai reparar se você ficar na sua.
E aquelas festas para as quais foi convidada, mas não conhece tanta gente? O happy hour com conhecidos? Tente dar as caras de vez em quando e aproveite o ambiente descontraído. Ali, outras pessoas devem "ajudar", puxando assunto com você.
É sobre se acostumar com o desconforto, até que consiga encarar um grupo pequeno ou um encontro com viés profissional e se apresentar, partindo para o passo 2.
2) Puxar assunto
O pesadelo do "small talk", a chamada conversa de elevador, fica menos assustador com três providências: a técnica do ensaio mental; o hábito de desgrudar do celular e olhar para a cara das pessoas para dizer "oi"; e o treino de puxar papo com gente que conhece, mas não tanto.
Já falei outras vezes do ensaio mental, utilizado por atletas e por executivos que precisam se sair bem em apresentações grandes e importantes. É sobre treinar mais de uma vez o que vai falar em determinada ocasião, até visualizar o cenário com nitidez e minimizar as possibilidades de se sentir insegura.
Vale na frente do espelho, mas funciona melhor se feito com alguém próximo. Treine quebrar o gelo, e a pessoa que está com você pode tentar dar respostas.
Outra possibilidade é visualizar o pior cenário: quais seriam as situações mais constrangedoras e como você se sairia? Pior que isso vai ser difícil, então o receio diminui.
Já o hábito de cumprimentar os outros requer um olhar amigável, e só pode acontecer se você se permitir não olhar para o chão nem para a tela mais próxima. É preciso abrir espaço para troca de olhares. Só lhe convido a fazer isso e verá como provavelmente seu olhar será possivelmente retribuído com um início de conversa, ainda que tímido e breve.
Uma terceira maneira de se acostumar ao papo com gente fora do seu círculo social é treinar com pessoas desconhecidas pero no mucho: aquela vizinha que todo dia topa com você no elevador, a caixa de supermercado sempre simpática, a colega que já encontrou várias vezes na máquina de café…
Falei tudo no feminino porque costuma ser mais fácil mesmo bater papo com outras mulheres — várias alegam ficar menos tímidas assim.
Dá para recorrer ao clássico comentário sobre o tempo, mas avançar um pouco mais comentando amigavelmente sobre algo que a pessoa está vestindo ou carregando; ou fazendo uma pergunta genuína sobre ela (que esteja vinculada ao contexto do encontro). Às vezes um mero "já nos vimos tantas vezes aqui e nem perguntei seu nome, eu sou…" pode quebrar o gelo e dar início a um bate-papo.
3) Mostrar-se útil
Um dos mais conhecidos networkers, Keith Ferrazi, autor do clássico "Nunca Almoce Sozinho", explica que networking é sobre generosidade. Não existe nada de errado em estabelecer um contrato não dito do tipo "queremos ambos fazer negócio em algum momento, você interessa para mim e eu para você". Nem é vergonhoso acionar alguém que não seja seu amigo para estabelecer uma proveitosa relação profissional.
Mas começar essa relação requer jogo de cintura. Ou seja: não chegue pedindo favor e considere o contexto da primeira interação. Por internet ou ao vivo, tudo se resume a mostrar interesse no outro, antes de querer mostrar seu ponto ou pedir algo. Ofereça algo primeiro e só depois peça.
No dia a dia, pode ser um convite para um evento, um post que viu e pode ser útil para a pessoa, a prontidão para responder às suas perguntas. Isso precisa fluir e ser verdadeiro — se não for de sua natureza praticar a gentileza, volto a uma das minhas palavra preferidas: TREINE.
É mais simples do que parece. Quando estiver com a pessoa, pergunte sobre ela e ouça sem querer interromper, olhe seus interesses nas redes sociais, demonstre interesse. Vai ser fácil lembrar algo que a favoreça vez ou outra e manter o contato casualmente.
Não confundir com forçar a barra, que seria algo como mandar mensagem todo dia, se sentir no direito de mandar áudios grandes ou stalkear o outro no LinkedIn ou no Instagram. Pense no tipo de interação que deixaria você confortável e feliz e faça o mesmo.
Quando precisar de alguma ajuda dessa pessoa, peça. Ela não vai lhe julgar e vai ajudar sem problemas. Teste.
4) Categorizar a agenda
Tudo começa, claro, por organizar os contatos: juntar os telefones e e-mails que colheu ao vivo (inclusive os cartões) com as trocas de WhatsApp num só lugar, ou com uma sinalização específica do tipo "contatos de trabalho".
Na sequência, tente separar os nomes com o máximo de clareza possível, na própria agenda do celular ou em uma lista num bloco de notas ou num aplicativo similar, como o Evernote.
O importante é categorizar o contato por importância e com uma palavra-chave que ajude na hora de procurá-lo.
Acredite: uma agenda organizada aumenta as chances de você manter a relação, como sugiro no tópico a seguir.
5) Cultivar as pessoas
As pessoas querem se sentir importantes e únicas, por isso mandar mensagens genéricas de feliz Páscoa ou feliz Natal não faz muito pela manutenção dos relacionamentos.
Quando falamos em networking de verdade, falamos em manter relações profissionais genuínas e não considerar o outro apenas um contato frio, distante, impessoal.
Por mais superficial que seja a relação, mandar feliz aniversário é uma das providências mais efetivas para ser lembrado. Todo mundo se importa com o próprio aniversário, bem como com o nascimento dos filhos e datas especiais para si mesmo.
Reserve sua energia para interações personalizadas.
Sobre a autora
Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.
Sobre o blog
Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.