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Bru Fioreti

Trabalhar da cama é tendência! Descubra as vantagens e se é para você

Bru Fioreti

21/02/2019 04h00

Se você prefere sair pouco de casa, incluindo para trabalhar e encontrar os amigos, considere-se parte da "tendência caseira" (FOTO: PEXELS)

Se puder, você leva o computador para a cama ou prefere pular logo dali e ir para o escritório? E à noite: fica louca para dar uma volta ou está perfeitamente feliz com Netflix e uma taça de rosé ou uma comidinha de delivery? Talvez você se identifique com o grupo crescente de pessoas, incluindo adolescentes, que, literalmente, paga para ficar em casa.

Digo literalmente porque o estilo de vida caseiro — ou "homebody", batizado assim em uma matéria publicada na Vox — costuma vir acompanhado de um pacote de pequenos confortos. Não é difícil associar a onda ao crescimento de serviços de streaming, delivery de comidas e bebidas e até a serviços de assinatura pelo correio, aqui no Brasil e no mundo todo.

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Nos EUA, pessoas com idade entre 18 e 24 anos chegam a passar 70% a mais de tempo em casa que o restante da população. Entre os que têm até 30 anos, mais de 80% recusam convites para sair frequentemente — preferem uma boa noite de sono.

Um estudo da British Journal of Psychology com cerca de 15 mil pessoas de diferentes lugares e condições diversas ainda associou o gosto por ficar sozinho em casa ao nível de inteligência. Segundo os cientistas, as pessoas que encontram mais prazer e satisfação no lar doce lar que socializando tendem a ter QI maior.

Pensou em home office? Acertou

Talvez diante desses dados você esteja se sentindo mais esperta e conectada às tendências, hã? Mas, em termos de trabalho, a paixão pela cama e pelo dia a dia longe da rua está diretamente conectada à habilidade de render bem em sistema home office — e aí os problemas começam para muita gente.

Mesmo se não for adepta da "tendência caseira", pode vir a precisar se adaptar à vida freelancer. Inúmeros estudiosos apontam para o crescimento do modelo de trabalho remoto e diluído, ou seja, não apenas para uma empresa, mas para várias e por períodos predeterminados, por job.

As vantagens são conhecidas: flexibilidade de horário, economizar tempo e dinheiro com deslocamento ou aluguel de espaço, não ter que responder para chefe são as principais.

Por outro lado, provavelmente esse sistema não lhe trará benefícios trabalhistas, exigirá mais proatividade para conseguir trabalhos e, sem dúvida, fará aflorar a necessidade de desenvolver disciplina.

Como render mais em casa

Há alguns entraves clássicos para quem precisa ou quer começar a trabalhar de casa, e a seguir trago dicas para solucioná-los.

  • Problema: ficar enrolando na cama. Solução: para quem gosta justamente de iniciar o dia respondendo e-mails da cama, isso não costuma ser um problema, está incorporado à rotina. Se não funcionar para você, levante-se e troque de roupa. Não precisa se arrumar como se fosse para o escritório, basta tirar o pijama e mudar de cômodo para entrar no "modo trabalho". Ter um local da casa destinado a ser o escritório também costuma ser útil.
  • Problema: ser muito interrompida. Solução: se sua casa permitir, use a técnica de vários escritores — Stephen King, por exemplo — e isole-se em um cômodo, ou ao menos feche a porta. Não adianta? Mais ideias: converse com os outros moradores e peça para não ser interrompida; ou use a técnica de blocos de atenção de 90 minutos e vá checar as pessoas ou os animais nesses pequenos hiatos interblocos; ou coloque fone de ouvido e finja não ouvir para mandar o recado sem falar nada (essa dica é do guru Tim Ferrisss).
  • Problema: pular de uma tarefa para outra sem focar. Solução: aqui entra o velho e bom planejamento. Quando é sua própria chefe, você precisa estabelecer as prioridades do dia e fazer um acordo consigo mesma de cumpri-la. Falei várias vezes sobre isso na coluna (aqui tem dicas vindas da Psicologia Positiva para combater o estresse profissional). Mas o básico é: programe tudo um dia antes, no fim do "expediente" — e, se estabelecer até esse horário for um problema, leia abaixo.
  • Problema: nunca parar de trabalhar. Solução: tão comum quanto prejudicial, tem a ver com não estabelecer um horário de trabalho. Mesmo se ele mudar de dia para dia e for extremamente flexível, ao menos coloque um limite de horas por dia e controle. Colocar um alarme com a hora para fechar o computador e se afastar do celular ajuda. Mais uma ideia? Faça alguma atividade para demarcar o fim do trabalho: meditação, fazer comida, sair para se exercitar, tomar um banho. Crie um pequeno ritual.
  • Problema: sentir-se solitária. Solução: primeiro, pense se de fato você adere bem à onda "homebody". Pode ser que não, que prefira trabalhar rodeada de pessoas, e tudo bem. Se gostar do home office na maior parte do tempo, porém, procure reservar um ou dois dias da semana para trabalhar em um café, ou marque almoços durante a semana. Esse respiro é importante não só para desanuviar, mas também para se manter conectada com o que acontece fora do seu universo particular.

 

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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