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Detox de álcool e mais 5 dicas "modernas"para elevar a performance em 2019

Bru Fioreti

09/01/2019 04h00

Menos açúcar, menos álcool, mais livros, mais sono… A chave da performance profissional hoje está no bem-estar (Foto: Pexels)

Técnicas de produtividade funcionam, mas existe algo que vem antes delas: o bem-estar físico e mental, um dos tópicos mais comentados para elevar a performance profissional no momento.

Um dos experts que apontam a importância de lidar com o estresse é o professor americano Jeffrey Pfeffer, estudioso de comportamento organizacional, entrevistado há pouco tempo pela revista "Fast Company". Segundo ele, o problema é que o estresse prejudica as empresas, mas elas mesmas são sua principal fonte.

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Funciona mais ou menos assim: o trabalho estressa, isso leva a doenças crônicas e as doenças crônicas diminuem o bem-estar, o desempenho e agigantam os problemas de saúde pública no mundo. Um dos dados que ele traz: mais de 50% dos funcionários já perderam o horário por causa de estresse. Desses, boa parcela pratica o "presenteísmo" — está cumprindo o horário, mas com engajamento baixo — e cogita sair do trabalho quando puder por estresse.

Você se identica?

Uma pesquisa sobre equipes feita pelo Google em 2018 aponta que os times funcionam em alta performance se estiverem se sentindo seguros, pouco estressados e forem encorajados a assumir riscos.

Fica fácil entender por que uma das chaves para a produtividade em 2019 está, comprovadamente, em combater o estresse. As dicas a seguir se baseiam nessas e em outras pesquisas sobre os rumos do trabalho.

1) Tratar o sono como "trabalho"

Um dos mercados que mais tende a se aquecer de 2019 para frente é o do sono. Paradoxalmente, o crescimento da pressão por perfomance diminui o desempenho dos funcionários porque os deixa estressados e pouco motivados, e aí começa o círculo vicioso. Com o estresse e as altas taxas de cortisol alta, o sono piora e, com isso, a concentração cai na mesma medida em que a irritabilidade aumenta.

Um levantamento de 2017 analisou vários dados e conclui que o sono de má qualidade diminui a capacidade de aprendizagem e concentração, diminui o autocontrole e a capacidade de responder rapidamente aos estímulos diários, além de aumentar a propensão para problemas psíquicos, como depressão.

Para resolver isso, a recomendação é "hackear" o próprio sono, entendendo como funciona o seu relógio biológico e se chega ou não ao estágio profundo por meio de exames, curando problemas como apneia e cuidando para ele seja anatomicamente correto — oportunidades de mercado e também alertas para o nosso dia a dia. Comportamentos e hábitos saudáveis também contribuem para uma noite bem dormida.

2) Cortar o álcool por um mês

Pesquisa britânica publicada no fim de dezembro revelou os benefícios do chamado "Dry January".

Pesquisadores da Universidade de Sussex acompanharam cerca de 800 pessoas de janeiro de 2018 para cá e demonstraram que se abster do consumo de álcool durante um mês não apenas ajudou os participantes a controlar o consumo de bebidas alcoólicas durante os próximos oito meses, como aumentou seus níveis de energia e o autocontrole.

Outros benefícios de passar 31 dias longe dos drinks: nove entre dez participantes enconomizaram dinheiro e sete em cada dez relataram melhora na qualidade do sono  (sem contar a melhora na pele e a perda de peso). O senso de realização foi de 93% e o aumento da concentração, de 57%.

Esses três dados — sono, confiança e concentração — são particularmente interessantes para aumentar o desempenho no trabalho. Não valeria tentar?

3) Criar ou fazer parte de um clube do livro

Parece uma prática meio "vintage", mas é uma tendência dessas fáceis de rastrear até no Instagram. Basta encontrar uma área de interesse em comum para um grupo de pessoas, marcar encontros, desligar o celular (sempre bom bater nessa tecla) e discutir os pontos principais, sem pressão, sem necessidade, só por prazer.

Além de ser uma chance de cultivar o networking para além dos eventos corporativos e da sua profissão, é um hobby que estimula o pensamento crítico e amplia o currículo de uma maneira menos óbvia.

Atividades extracurriculares têm sido mais valorizadas por empregadores e clientes porque dizem muito sobre o perfil inovador e curioso de quem faz. O profissional que trabalha das 9h às 18h sem dar atenção à vida pessoal nem a desejos e interesses diversos não é mais tão sedutor, porque parece pouco adequado às novas demandas do mercado por soluções inovadoras e criativas.

Por isso, de um mero clube do livro a grupos para andar de bike ou fazer ações sociais, interagir com outras pessoas para fazer algo fora do âmbito profissional "se paga" também na carreira.

4) Começar a aprender um instrumento musical

Todos os birôs que rastreiam tendências e os chamados "futuristas" do trabalho citam a criatividade como uma habilidade vital para os profissionais que querem permanecer e se diferenciar no mercado até 2030.

Claro: a criatividade, o "pensar fora da caixa", é considerada uma competência tipicamente humana. É difícil vislumbrar (ao menos por enquanto) a inteligência artificial assumindo esse papel.

Para desenvolvê-la, é preciso estimular o pensamento fora dos padrões, trazendo a aprendizagem contínua para a sua rotina desde já. Além da leitura de boas obras não técnicas (romances, poesia, textos sobre áreas diversas da sua atuação), há duas formas especialmente eficientes para estimular a criatividade: aprender línguas e novos instrumentos.

Se puder, comece já.

5) Fazer uma dieta restrita em açúcar

Abundam pesquisas relacionando o excesso de açúcar a doenças, entre elas as de caráter autoimune, e irritabilidade. A maior parte delas investiga a relação do intestino intoxicado com a química cerebral, apontando para aumento de ansiedade e depressão em indivíduos que se alimentam com excesso de açúcar e industrializados em geral.

Em "Anti-Anxiety Diet", novo livro da autora do best-seller "I Quit Sugar", a australiana Sarah Wilson, enumera essas descobertas e propõe um detox de duas semanas como teste para diminuição dos níveis de ansiedade.

Como isso se relaciona ao desempenho profissional? Fácil: além da apatia pós-refeição relatada por quem tem uma alimentação rica em carboidratos industrializados, o humor afetado diminui a clareza para a execução de tarefas e provoca problemas de relacionamentos profissionais.

Evidentemente que o detox de açúcar — mais especificamente da frutose, encontrada em mel, agave, frutas e uma porcentagem obscena dos alimentos industrializados — não dispensa a necessidade de trabalhar a inteligência emocional e buscar ajuda médica e psicológica profissionais quando preciso, mas apresenta um "plus" interessante.

Pesquisas sugerem que o uso de Prozac associado a uma dieta livre de açúcar é mais eficiente que o simples uso da medicação.

E fica o lembrete: se essa medida lhe interessar, converse com um nutricionista antes de aplicá-la.

6) Trabalhar 100% offline

Fiz questão de enfatizar o 100%, porque isso quer dizer deixar o celular longe e não checar e-mails durante uma atividade importante. Ainda que a natureza do seu trabalho seja online, experimente a técnica para as tarefas que não exijam comunicação com os outros — Whats App, mensagens pelo sistema organizacional, e-mails e a internet como um todo.

Se você trabalha com conteúdo, só cheque o que for concernente ao tema e tire notificações de e-mails e mensagens. Se seu ofício tiver a ver com sistemas de informação, por exemplo, foque nisso, feche as abas extras.

Outra opção: colocar o celular no silencioso e em modo avião durante reuniões e atendimento. Para os freelancers, existe ainda a possibilidade de se transferir por algumas horas só com o computador para um ambiente sem wi-fi.

São atitudes simples, daquelas que você já ouviu, mas não dá muita bola. Porém, têm sido constantemente destacadas por especialistas como fundamentais para diminuir o estresse e produzir mais rápido e melhor.

O maior ladrão de produtividade atual aparece sorrateiramente e rouba horas do seu dia da pior maneira possível, em pílulas. Já falei aqui no blog sobre como o simples fato de ter o celular por perto afeta a concentração e até a relação com os colegas de trabalho. E o problema é ainda mais profundo: a probabilidade de cometer erro com a concentração afetada e as interrupções de notificações é 30% maior.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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