24 horas sem celular: por que vale a pena se desconectar neste feriado
Detox digital: todo mundo comenta, pouca gente realmente faz. Mas, afinal, qual a utilidade de cumprir um desafio desse tipo?
À primeira vista, "apenas" a tranquilidade de passar um dia prestando mais atenção à família e aos amigos, sem ser interrompida por chamadas no WhatsApp e notificações. Porém, pode funcionar como um teste valioso de como anda sua relação com a internet. Afinal, você sente angústia ao ficar sem conexão? Consegue imaginar dormir sem olhar o celular antes? Está ok com passar 24 horas sem postar?
Muita gente não.
Daí a origem da FOMO — Fear Of Missing Out –, denominação dada por pesquisadores à sensação de sempre estar perdendo alguma coisa, a ideia angustiante de estar por fora. Por isso, a pessoa sente a necessidade de ficar o tempo todo online para se atualizar, saber das últimas, "pertencer" ao grupo.
Mesmo se você não se enquadrar nesse extremo, é possível que identifique traços semelhantes vez ou outra. Entra aqui a inveja das redes sociais e outras sensações negativas ligadas a isso — que não são maioria, que fique claro, mas aparecem em vários estudos.
Essa tal de ansiedade digital
Sim, há uma chuva de pesquisas que relacionam excesso de conexão a sentimentos negativos.
Estudo da Universidade de Illinois ligou o uso de smartphone ao aumento dos níveis de ansiedade, principalmente quando as pessoas recorriam à internet para encobrir sensações ruins, fugir do estresse ou buscar recompensas emocionais e aprovação — se você pensou na chateação de ter poucos likes numa foto, está coberta de razão!
Outro comportamento que provoca negatividade: stalkear amigos, principalmente os das antigas, no Facebook para comparar a vida deles com a sua — pesquisa da Universidade de Missouri trouxe isso à tona. Quão melhor eles estão do que você? Mais felizes? Mais ricos? Mais realizados? Dificilmente algo bom surge desse tipo de comparação, mesmo porque a vida nas redes sociais é editada de forma a enfatizar os momentos mais felizes, convenhamos.
Os mesmos estudiosos reconheceram o poder das redes de conectar pessoas e trazer felicidade — outro estudo, recém-saído do forno na Inglaterra, mostrou que as notificações que mais dão prazer às pessoas são de Instagram, Facebook e companhia. A impressão de estar em constante comunicação com outros parecia gerar uma série de sentimentos positivos.
O tal do pertencimento é importante para o bem ou para o mal, afinal. De um lado, a alegria dos vários amigos virtuais. De outro, a FOMO por sentir que algo está acontecendo sem que você saiba.
Paradoxos à parte, a desconexão planejada aparece como forma de incentivar a manutenção das relações pessoais mais profundas e uma análise sincera sobre a saúde da relação com seu fiel escudeiro, o smartphone.
A investigação da vida offline
Na prática, você pode lançar mão de um caderninho para anotar todas as vezes que pensar em pegar o celular — caderno de papel, porque o desafio é se afastar inclusive fisicamente do celular.
Pergunte-se qual é a exata sensação de estar offline, qual é a consequência real disso, o que muda em você e nas suas relações sem o bendito smartphone por perto. Esse "inventário" de sentimentos ajuda a entender se é o caso de adotar o detox digital mais vezes.
Uma sugestão: pelo menos um período todo fim de semana. Você vai ver que o mundo não vai acabar e que talvez você não tenha perdido nada tão importante assim! 🙂
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