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Bru Fioreti

Criatividade é para você, sim! Turbine a sua quebrando 3 mitos sobre o tema

Bru Fioreti

29/05/2019 04h00

Criatividade não é só sobre ter "a" grande ideia nem requer um lugar especial. Você pode acessar seu lado criativo onde está (Foto: PEXELS)

Você se considera criativa? E se eu disser que é menos sobre SER e mais sobre ESTAR? Ou, melhor, sobre LAPIDAR e TREINAR?

É assim que se entende criatividade hoje. Por mais que algumas pessoas pareçam mais criativas que outras, há pelo menos duas questões a serem consideradas: 1) o que isso significa na prática, afinal? ; 2) será que podemos aumentar nossa capacidade criativa?.

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Então, antes de se julgar pouco apta a ter boas ideias, entenda que esta é uma habilidade de pessoas normais e que, mesmo sem o chip da criatividade — se é que isso existe –, você pode desenvolvê-lo com treino.

Outro ponto: criatividade não serve só para produzir obras de arte, ao contrário, é o básico do básico para se tornar boa em resolver problemas. E estes, ah, eu sei, você tem para resolver, né?

É sobre criar algo a partir do que está posto e fazê-lo consciente e ativamente. Debruçando-se sobre a questão vai parecer que, do nada, você teve uma resposta. Não é "do nada". A resposta, ou a solução criativa, veio porque você pensou sobre aquilo. Deu material para seu cérebro trabalhar e persistiu.

Pensando nisso, trago três dos principais mitos sobre criatividade e ideias para quebrá-los na prática. O objetivo é simples: fazer você ativar seu lado criativo. Dá para fazer isso agora e para conseguir resultados melhores no trabalho atual.

Veja como a seguir.

MITO 1: Criatividade é coisa para artistas, para quem nasceu com isso

Essa ideia é tão difundida quanto falsa.

A vasta pesquisa feita pela autora Carol S. Dweck, professora de psicologia na Universidade Stanford, e publicada no livro best-seller "Mindset", demonstra que podemos nos desenvolver em níveis muito mais altos do que pensamos, inclusive na seara artística, desde que nos esforcemos para isso.

Basta acreditar no esforço, valorizar o processo e, principalmente, persistir.

A pesquisa desafia o próprio conceito de gênio — para Carol, o gênio é aquele que treinou e masterizou uma competência, não alguém que nasceu com um talento especial e viu brotar uma sacada do nada.

Falei sobre crenças e sobre o mindset de crescimento, o ideal para desenvolver qualquer nova habilidade.

Tente isto em casa 

Escolha uma coisa nova que gostaria de aprender. Uma, apenas uma. E proponha-se a trabalhar para isso todos os dias por meia hora durante um mês. Anote o que sabe sobre o tema no dia 1 e depois o que sabe sobre o tema no dia 30. É uma prova dos 9 que parece banal, mas que vai lhe provar que pode melhorar em qualquer habilidade tendo nascido com propensão para aquilo ou não.

Quando pensar em desanimar ao se comparar com a pessoa que já nasceu com mais habilidade que você, lembre-se de que, se essa mesma pessoa não treinar nada, provavelmente ao longo da vida se tornará medíocre no tema. Sem esforços não há gênios — não sou eu quem diz, mas a aprofundada pesquisa da Carol Dweck.

MITO 2: A criatividade aflora em ambientes propícios

Uma das maiores quebras desse muito veio de uma pesquisa da Lancaster University publicada em fevereiro deste ano, que comprovou não existir relação entre ouvir música e fazer trabalhos criativos. Pelo contrário! Contrariando a crença de que um bom som estimula essa habilidade, os pesquisadores mostraram que ele, mesmo sendo apenas instrumental, pode confundir o pensamento e a articulação verbal. Isso mesmo: atrapalha!

Ou seja, talvez você, aí fechada em um escritório sem sal, pretensamente careta, pode ter as ideias bem mais geniais do que a pessoa que está no coworking mais cool da cidade, cheio de cantinhos instagramáveis e uma música hipster bacana rolando no café.

É claro que pessoas têm diferentes perfis e tendem a ser estimuladas de diferentes maneiras. Mas você entendeu: não precisa esperar as condições ideais externas para criar. Encontrar soluções criativas é algo que está dentro da mente.

Outro exemplo que já citei aqui é o dos escritores profissionais. Os monstros espetaculares de Stephen King não foram criados em meio de parques temáticos, mas em escritórios que nada tinham de fantásticos. A "mágica" estava na sua constância em sentar-se à mesa para escrever, no encarar a página em branco com regularidade.

Tente isto em casa 

Sente-se, insista, encare também a tela em branco que uma hora a criatividade vem. Crie um horário fixo para trabalhar no projeto que exige mais esforço ou criatividade e mantenha-se ali mesmo quando o dia não for produtivo. Ele virá. Tente fazer isso em silêncio até para dar uma chance aos estudos recentes sobre o tema e, se puder, no período da manhã.

MITO 3: Criatividade mesmo é pensar fora da caixa

Ser criativo pode ser simplesmente ver o que os outros não estão vendo. Soluções simples, elementares, podem ser as mais criativas, mesmo sem qualquer grau de inovação.

Lembra o conceito de criatividade como resolução de problemas? Pois é. Buscar o elementar, o básico, pode ser o ponto de partida do seu olhar criativo, muito mais do que pirar em soluções mirabolantes. É o tal do feijão com arroz bem feito, o óbvio que está embaixo do nariz sem ser notado.

Quem sabe não está aí sua capacidade criativa?! Voltada a treinar o olhar para ver o que ninguém mais parece enxergar e trilhar o caminho óbvio?!

Tente isto em casa

Descanse a mente. Seu cérebro tem uma capacidade limitada e não vai conseguir concluir o óbvio se estiver atolado. Comece solucionando problemas simples em horários diferentes para observar qual funciona melhor para você. Normalmente, as manhãs são fresh. Mas observe seu caso!

Comece treinando com seus problemas. O que anda lhe aborrecendo? Quais seriam as maneiras mais simples de resolver a questão? Coloque todas as alternativas no papel e escolha a que mais se adequa. Pode ser que a mais óbvia não seja a melhor, mas muitas vezes, você vai notar, tampouco seria a mais complexa de todas.

Quanto mais treinar escrever soluções, mais rapidamente as opções aflorarão na próxima vez e, com o tempo, a necessidade de escrever para organizar a cabeça diminuirá. Como boa parte das competências, esta melhora consideravelmente se você treinar.
"Só" isso.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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