Conheça o tipo certeiro de chefe: ele lembra um pouco a sua mãe
Demonstrar compaixão sem deixar de impor limites, como numa relação mãe e filho, pode ser uma das chaves da boa liderança. FOTO: PEXELS
Se você já é líder, foi promovida ou planeja empreender e ter uma equipe, esta notícia muito lhe interessa.
Uma pesquisa recém-divulgada pela Binghamton University, universidade estadual de Nova York, mostra que tipo de liderança é a mais efetiva para motivar os funcionários a entregar melhores resultados. O que descobriram foi surpreendente até para eles: que a chamada liderança paternalista é a mais eficiente.
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Na verdade, o estudo sugere que tanto a liderança que simula as relações entre pais e filhos, numa clássica mistura de disciplina e compaixão, quanto a que é prioritariamente benevolente trazem resultados animadores, bem superiores à liderança autoritária, que não foca no bem-estar dos funcionários.
Os três estilos de liderança
Para chegar a esses resultados, foi feito um estudo multicultural, com centenas de funcionários dos Estados Unidos e de Taiwan. Encontrou-se três estilos de liderança dominantes: 1) a autoritária, com foco na entrega de tarefas e pouca preocupação com o funcionário; 2) a benevolente, com líderes prioritariamente preocupados em criar uma conexão verdadeira com seus subordinados e suas famílias; 3) a clássica paternalista, que mescla as duas anteriores, com igual foco no cumprimento de metas e bem-estar dos funcionários.
O primeiro tipo de liderança trouxe resultados negativos, enquanto o segundo motivou os funcionários a entregar mais e melhor. Quando o líder demonstra preocupação com o bem-estar dos funcionários e de suas famílias, dizem os pesquisadores, eles desenvolvem uma percepção positiva da chefia e tendem a levar o trabalho mais a sério e a fazer o que é pedido.
O que não esperavam era que o terceiro tipo de liderança fosse tão efetivo, independentemente da cultura e do tipo de trabalho. Com isso, a recomendação é colocar tanta ênfase no bem-estar da equipe quanto em estabelecer expectativas e prioridades claras sobre o que entregar. Humanizar a relação sem deixar de cobrar.
Por que isso funciona? Provavelmente porque remete à relação que temos com nossos pais, argumentam os cientistas. O primeiro relacionamento com um líder que experimentamos é o de mãe/filho e pai/filho, e pode se tornar um modelo do que passamos a esperar como liderança.
É como se quiséssemos também no trabalho ter uma espécie de pai ou mãe que se preocupa conosco, enquanto guia, cobra e orienta. Um líder que se preocupe genuinamente com nossa felicidade, mas que também imponha limites — estilo de relacionamento profissional com impacto mais positivo do que se supunha até então.
Dicas práticas de liderança
Com base nas descobertas, o que fazer no dia a dia como líder? Vamos às dicas.
- Estabeleça metas claras e prazos para os funcionários. Quanto mais clareza tiverem do que entregar, maior a chance de cumprirem e superarem as expectativas;
- Ajude-os a entender o que é prioridade, principalmente quando tiver funcionários novos. Parece óbvio, mas muitos líderes deixam seus subordinados "soltos" demais e isso conduz à confusão;
- Entenda as peculiaridades de cada empregado. Um erro comum é querer impor um estilo de relacionamento e liderança a todos, mas as pessoas são diferentes, tente tratá-las em suas individualidades sempre que possível;
- Preocupe-se em estabelecer uma comunicação próxima com o grupo, contando sobre os rumos da empresa e se preocupando em ouvir suas dúvidas e opiniões;
- Estabeleça um clima amigável, sem descontar suas angústias e frustrações na equipe, o que se aproximaria da liderança autoritária, pouco efetiva em termos de entrega de resultados;
- Pratique a compaixão, como um treinamento diário mesmo. A compaixão se relaciona com a capacidade de entender o lado do outro, preocupar-se com o bem-estar dele, tentar ajudá-lo, praticar a gentileza, a generosidade.
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