Chega de "deixa a vida me levar"! Crie seu plano de carreira em 3 passos
Era uma vez um lugar em que as pessoas passavam a vida toda trabalhando na mesma empresa e iam mudando de cargo, abraçando novas funções e sendo mais bem pagas conforme as etapas iam sendo cumpridas, até chegar a hora de se aposentar.
Esse lugar era aqui mesmo, mas parece que foi no século passado… E foi! Hoje chega a ser ingênua a ideia de delegar à empresa a função de criar um plano de carreira para você.
Sua carreira é problema seu, que tal aceitar isso?
Você provavelmente não vai ficar anos a fio no mesmo lugar e, ainda que fique, é bom que trace uma estratégia para se destacar da concorrência se quiser mais espaço, mais dinheiro, mais prestígio. Mas o plano de carreira não precisa ser enorme, assustador, minucioso. Pode começar com uma "pensata" básica, uma estrutura sobre a qual você planeja seus passos.
Esse alicerce do plano de carreira você pode montar com os três passos a seguir:
1. Mapeie sua situação atual com riqueza de detalhes
Reclamar não resolve. Botar a culpa da inércia profissional no momento do mercado, no histórico de dificuldade financeira, no chefe que não reconhece os talentos é inócuo. Vamos gastar essa energia em algo mais útil?
Minha sugestão é parar apenas de pensar e escrever, criando um caderno específico de planejamento e insights (ensino o passo a passo para montar o que chamo de Caderno de Você neste vídeo).
Lá, responda:
- Como descrevo minha situação profissional hoje?
- Atingi meu limite onde estou? Por quê?
- Quais são minhas atividades diárias? (liste todas)
- O que gosto de fazer no meu emprego/empresa atual?
- O que não gosto de fazer?
- Em que pontos preciso melhorar?
- O que falta aprender para ser melhor no que faço hoje?
- Estou feliz com o que ganho?
- Se não fizer nada, como estarei em um ano?
2. Vislumbre o que quer para sua carreira em três anos
Todo mundo já viu essa recomendação em algum lugar, mas daí a fazer são outros quinhentos! Afinal, o que você quer da sua vida e da sua carreira daqui a três anos?
Responder com clareza a essa pergunta é o que vai definir seus próximos passos.
Se parecer difícil demais, tente projetar como quer sua carreira daqui a um ano. Use isso como ponto de partida para ir imaginando um caminho profissional. E não se esqueça de escrever; se isso ficar preso nas ideias, provavelmente irá se esvair.
No caderno, faça o seguinte:
- Dê nome aos bois: o que exatamente vai estar fazendo da vida em um ou três anos?
- Liste as funções que se vê executando no dia a dia profissional
- Defina quanto estará ganhando (as cifras dão tangibilidade à ideia)
- Tente imaginar uma cena dessa nova realidade e a descreva em detalhes
- Se conseguir, projete um pouco mais. De um ano vá para três, cinco, dez…
3. Desenhe um planejamento básico de ações
Agora vem a parte de planejar, criar uma ponte entre a situação atual e a desejada — o que, aliás, é o coração do trabalho de coaching. Se nunca fez algo assim, comece aos poucos, escrevendo só o que de fato consegue prever.
Para isso, reserve um tempo maior, sugiro que de duas a três horas, e tente o seguinte roteiro:
- Desenhe uma linha do tempo com o período de hoje até a situação final e divida-a em blocos de seis em seis meses
- Tente determinar os passos a serem dados a cada seis meses, olhando do fim para o começo. Pergunte-se: "o que precisa ter acontecido seis meses antes para eu estar naquela situação profissional? preciso ter concluído algum curso? fechado ou aberto uma empresa? ter me reunido com alguém?…"
- Olhe agora em ordem cronológica, de hoje para frente, e escreva as ideias que surgirem para levá-lo ao próximo passo — como em um brainstorm, encoraje as ideias sem filtrar
- Agora, sim, é hora de se certificar de que essas ideias possam ser traduzidas em tarefas, ou seja, ações a serem executadas por você. Descarte ideias megalomaníacas ou que dependam de um golpe de sorte
- Passe a limpo para ficar claro, cristalino o que pretende
- Defina as tarefas que pode iniciar imediatamente
Um entrave comum nesse processo é ficar se questionando demais sobre as possibilidades de dar errado, de algo diferente acontecer na sua vida, de o universo não conspirar. Compreensível, afinal você de fato não controla tudo!
Mas, como coach, faço a seguinte recomendação: preocupe-se apenas com o que pode controlar e tenha o máximo de planejamento possível para as SUAS ações, sentindo-se responsável por elas e pelo rumo que dá à sua vida. Não deixe de ter uma estratégia para conseguir o que quer só porque pode surgir um imprevisto…
Se ele vier, vá lá e refaça os planos seguindo o mesmo roteiro.
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