Topo

Histórico

Categorias

Bru Fioreti

Desanimada ou hiperconectada? Veja 9 atitudes que podem sabotar sua carreira

Bru Fioreti

21/08/2017 08h00

Todo mundo cresce na empresa menos eu. Nunca sou reconhecida pelo que faço bem. A liderança não vai com a minha cara. Roubam todas as minhas ideias. Não dá para ter bom humor nesse lugar.

Se você já soltou uma dessas ou outras reclamações, pode estar coberta de razão! Mas pode também estar com um probleminha de autocrítica — a capacidade de olhar para si e detectar os pontos a serem melhorados, de entender por que as pessoas reagem como reagem a você. Já pensou nisso?

Será que o seu comportamento não está atraindo os problemas dos quais tanto se queixa? Será que pequenos ajustes na sua postura não poderiam trazer resultados bem melhores na sua carreira?

Não falo aqui de mudar quem você é. Falo de adequação à empresa, à cultura organização, ao estilo de chefia em vigor. Salvo casos de abuso de poder, assédio e afins, cabe ao funcionário tentar se encaixar ao ambiente para render mais e, claro, ser bem avaliado. Especialmente se você está na vida corporativa, ver em quais dos perfis abaixo se enquadra pode ajudar a ajustar este ou aquele comportamento que começaram pequenos, mas que podem ter se tornado uma bola de neve que sabota seu crescimento profissional.

Modo de usar 

Você pode ser encaixar em mais de um perfil, ou ter apenas poucos traços de algum. Ao detectar isso, veja quais comportamentos têm impacto mais negativo no seu atual contexto profissional. A ideia é usar as descrições abaixo para olhar para o próprio umbigo e decidir, a partir de hoje, modificar o que for possível para melhorar seu grau de desempenho e felicidade no trabalho.

Dica: mostre a um ou dois colegas de confiança para que ajudem você a avaliar seu perfil. Vai ser divertido, porém, mais do que isso, pode ser seu ponto de virada profissional. Experimente mudar e veja como os resultados mudam com você 🙂

Isolar-se no trabalho é tão má ideia quanto não parar na cadeira! Encontre o equilíbrio entre se concentrar e interagir algumas vezes ao dia / (Foto: Pexels)

Vamos lá, quem é você no trabalho hoje?

Fofoqueira do café. O perfil mais clássico possível, daquela pessoa que é sempre vista nos cantos falando baixo e gerando um interesse fora do comum no interlocutor. É responsável por atualizar os amigos que voltam das férias sobre os "babados" e forma grupos paralelos no WhatsApp para mandar prints e alertar os colegas de baia sobre movimentações suspeitas na sala da chefia. Faz amizade com todo mundo, até porque vê as pessoas como fontes em potencial. O drama aqui é quando passa a ser reconhecida como uma leva-e-traz e, se essa fama se instala, perde a credibilidade no escritório. Outro ponto a ser observado é a falta de foco: pausas são benéficas, desde que dosadas e usadas para desanuviar. Uma fofoca ou outra é inevitável, mas ser a maior fonte delas é um tiro no pé: se você é a fofoqueira, dificilmente será levada a sério o suficiente para ser a promovida. Pode observar…

Secretária da família. Ah, como aquele telefone toca, como aquele WhatsApp apita, como há consultas ao médico para acompanhar… É a criatura que dedica muito do seu tempo à família, mas não faz questão nenhuma de se preservar no trabalho. Broncas e conversas banais são ditas para todo mundo ouvir — só depois de umas tosses dos colegas é que ela se movimenta e vai conversar longe. Com uma frequência absurda, faz pedidos para sair mais cedo ou chegar mais tarde por conta de atividades que envolvam a família — levar alguém ao médico, ao dentista, ao aeroporto (e não estamos falando aqui de casos graves de doenças, exceções…). Você certamente já viu essa colega chorando por questões pessoais e tentou consolá-la. Ela não sabe segurar a onda e transmite a imagem de descontrolada, problemática, aquela que "não dá pra contar". A empresa até gosta dela, mas pode temer fazê-la crescer já que claramente ela está atolada. Obs. se der, coloque o celular em silencioso no escritório, ninguém é obrigado!

Rainha das caretas. A pessoa não entende por que as demais a excluem na hora do almoço, por que ganhou fama de rabugenta, por que é tida como "difícil" na empresa… Talvez ela não esteja observando uma pequena, porém marcante atitude sua: a de fazer caretas diante das falas alheias! A menos que você pretenda gastar todo o seu dinheiro paralisando as expressões com Botox, é hora de se policiar e segurar a onda quando acontecer uma briga, ganhar uma tarefa que detesta ou chegar uma pessoa nova para trabalhar. Guarde seus pensamentos para si e só terá a ganhar. Escolha suas brigas e, em vez de fazer caretas, movimentos bruscos e outras infantilidades, converse como um adulto sobre o que a incomoda.

Desanimada. Ó, vida, ó, férias… A desanimada só começa a esboçar alegria na sexta-feira. É a que chega se arrastando e não faz a menor questão de cuidar da própria imagem. Não se empolga com novos projetos e se sente sobrecarregada diante de qualquer novo desafio proposto à equipe. Vive pesquisando sobre as férias e dizendo que não vê a hora de ter uma oportunidade melhor e ser reconhecida. Causa o "efeito maçã podre": sua negatividade contagia quem está ao redor, que fica parecendo ingênuo diante de suas considerações. Diz que "já viu esse filme", que sabe que "não vai dar em nada", que quer ver "até quando aquela animação vai durar". Cumpre suas tarefas e só, o lápis cai quando dá o horário sem cerimônia.

Entra muda e sai calada. Uma variação da desanimada, porque transmite a imagem de blasé. Mas nem sempre é uma pessoa infeliz com o trabalho, ela só não quer interagir, não tem engajamento suficiente para tomar um café com alguém, prefere comer na mesa e mal abre a boca. Uma figura alheia às piadas do escritório e que não inspira firmeza da chefia. Geralmente, os líderes a tem como uma pessoa que cumpre os deveres e só. Acontece que, por mais introspectiva que você seja, interagir um pouco faz parte do trabalho, a menos que você faça home office — ainda assim, você provavelmente vai lidar com pessoas. Desenvolver habilidades sociais é fundamental para crescer em qualquer profissão. Não precisa se tornar a rainha do stand up no escritório, bom dia, sorrisinho e um almoço em grupo não matam ninguém.

Montanha russa. É ótima no que faz, tem boas ideias e a simpatia dos chefes. Só tem um probleminha: nunca se sabe como vai chegar. É aquela pessoa que, se acorda com o pé esquerdo, detona o clima. Um dia vai render maravilhosamente, no outro vai desaparecer, ficar reativa ou então produzir pouco ou nada. Adivinha no que isso a prejudica? Não dá para contar com ela em nada realmente importante, oras! Não vai ser dispensada porque é esperta, mas também não vai poder assumir novas responsabilidades porque perdeu a credibilidade. Se não cuidar das oscilações de humor, (com psicólogo, psiquiatra, relaxamentos, terapias alternativas ou quaisquer outras possibilidades), pode perder seu brilhante potencial e morrer na praia. Cada vez mais, o controle emocional é visto como tão ou mais importante que as habilidades técnicas.

Hiperconectada. Sabe tudo o que está acontecendo e é consultada sobre qualquer "trend topic" que surgir. Até aí tudo bem… Então começam os defeitinhos no campo profissional: não sai do celular, faz várias selfies por dia, fica conectada em todas as redes também pelo computador e fica alheia ao que acontece no escritório. Ganha fama de estar no "fantástico mundo de Bob", frequentemente usa fones de ouvido e fica com aquele risinho bobo de frente para o computador. Uma outra versão da hiperconectada é a menos introspectiva, aquela que comenta todas as notícias que pipocam na home do UOL em alto e bom som. O problema? Falta foco no trabalho, claro.

Injustiçada. Sabe aquela pessoa que nunca se conforma com as decisões da empresa ou do líder? É também a que não aceita  as escolhas para promoções, resiste a novos contratados, faz ironia sobre o salário sempre que vê uma brecha, guarda rancor por elogios a outras pessoas e recebe mal feedbacks. Aliás, é muito raro um feedback estar à altura da injustiçada, o reconhecimento que espera não vem, e ela julga que isso é algum tipo de perseguição com a sua figura. Outras vezes, a injustiçada é aquela que quer reconhecimento rápido e, se ele não vem, pula de empresa em empresa — traço que os gerentes de RH costumam olhar com cautela num currículo! Aqui, é interessante pensar se o seu senso de justiça não está prejudicando sua visão macro e fazendo você desperdiçar oportunidades.

Alérgica à mesa de trabalho. Anuncia cada microvitória que teve na execução de suas tarefas. Uma ligação que dá certo já é motivo para se levantar, dar aquele "yes" em alto e bom som e, de preferência, dar um pulo na sala da chefia. Uma conversa rolando? Lá vai ela se intrometer e arrumar um jeitinho de ganhar os méritos pelas conquistas — mesmo que não sejam suas. Levantar-se o tempo todo mostra sua inquietude, mas também sua carência, falta de foco, necessidade de se afirmar e de aparecer. Parece falante e extrovertida, mas é insegura e pode ganhar a antipatia dos colegas. O drama é quando se torna inconveniente, tem seu rendimento prejudicado e, pior, atrapalha a produtividade do grupo.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

Blog da Bru Fioreti