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Bru Fioreti

Desempregada? Veja os 5 erros mais comuns na busca por recolocação profissional

Bru Fioreti

10/08/2017 08h00

Estar desempregada não é o maior problema. O drama é estar desempregada e não saber o que fazer para mudar isso. O desânimo, o desespero e a falta de foco na busca por uma recolocação profissional são alguns dos erros que um profissional pode cometer nessa fase. Deixar-se levar pelo discurso de crise, de que ninguém está contratando, é uma tentação de alto risco — a pessoa desiste antes mesmo de tentar, vai se fechando numa concha e, quando consegue uma entrevista, passa longe de ser criativa e transmitir aquele otimismo que conquista os empregadores.

Um ciclo vicioso do qual só se sai com atitude e estratégia certeiras. E é sobre isso que vim falar hoje, trazendo a experiência de sessões de coaching de carreira, que já garantiram a clientes meus e de tantos outros coaches encontrar seu tão sonhado emprego. Não tem milagre, tem o que não funciona MESMO quando o assunto é crescimento profissional.

Vamos aos erros mais comuns na busca por emprego — e o que fazer para não cair neles!

Ficar em casa o dia todo de meia e pijama reclamando da vida não vai ajudar na busca por emprego, lamento informar! (Foto: Pexels)

1. Ceder ao discurso de desânimo.  A crise está feia, o mercado está encolhido, ninguém está contratando, mais gente está sendo demitida. Posso ficar horas reproduzindo frases desanimadoras sobre a crise… Acontece que elas não fazem nada por você que precisa encontrar emprego. Pelo contrário: criam o que, no coaching, chamamos de incongruência negativa — um recado para nosso cérebro de que tudo está mal e deve ficar ainda pior. Ou seja, quanto mais você reclamar, pior vai se sentir, menos vontade vai ter de arregaçar as mangas, menos ânimo vai transmitir a quem falar com você. E quem quer contratar uma pessoa desanimada?!

Em vez disso, tente… ter um horário de trabalho. De quatro a oito horas por dia dedicadas à procura sistemática por emprego e outras atividades relacionadas à carreira. Você é seu principal trabalho, não caia nessa de esperar ter um emprego para trabalhar. Não use o desemprego como desculpa para passar a tarde em frente à TV. Coloque os sapatos, ligue o computador e concentre-se, mesmo que em casa.

2. Cair em desespero e atirar para todos os lados. Os estudos mostram que tanto o desânimo quanto o desespero são fases comuns pelas quais o desempregado passa. O problema de quem se desespera é que passa a mensagem errada ao empregador. Falta credibilidade, afasta as pessoas… O ideal é manter a serenidade, mesmo que superficialmente, quando falar sobre sua busca por recolocação, e tentar ter um foco. Se você vai naquilo de "qualquer coisa serve" pode desvalorizar seu passe. Até vale se oferecer para quaisquer vagas, mas mantenha a linha num discurso do tipo "estou disposta a dar alguns passos para trás para dar depois dois para a frente". Bem mais convincente e profissional que "pelo amor de Deus me ajuda".

Em vez disso, tente… criar um plano de ação para a busca por vagas. Tudo bem trabalhar em várias frentes, mas tenha uma mínima ideia do que está fazendo para se sentir no controle e atrair opções coerentes com suas habilidades. Planeje semanalmente os lugares e as pessoas que vai visitar, as coisas que ainda não tentou, o que merece uma segunda tentativa. Mantenha o foco sem perder de vista as possíveis oportunidades ao redor.

3. Disparar currículos e mensagens genéricas. Sabe quando a pessoa manda aquele impessoal "olá" sem citar o nome do destinatário e pede um emprego? É como chegar na casa de um desconhecido e se convidar para um café. Oi? A menos que a vaga tenha sido anunciada, convém saber para quem você está escrevendo. Mandar exatamente a mesma mensagem para dezenas de pessoas também é uma estratégia com baixíssima margem de retorno. Se você está procurando emprego assim, não é de se espantar que não esteja conseguindo.  

Em vez disso, tente… Melhor que apenas disparar currículos, é mandar seu CV para pessoas estratégicas ou para responsáveis por vagas que tenham realmente a ver com você. Tente comentar algo mais, mostrar que conhece a empresa, diferencie-se da multidão. Seja breve, porém mande seu recado. Outra ideia: busque no LinkedIn pessoas que trabalhem nos lugares que você deseja e tente falar com elas nem que seja para pedir dicas, aproxime-se do que interessa a você.

4. Sair falando mal da empresa anterior. Tão comum quanto atirar para todos os lados é ver a pessoa cair na arrogância profissional em plena fase de desemprego. Se você tem condições financeiras para isso, ok. Se não for seu caso, é bom repensar essa atitude. Pega muito mal falar mal da empresa anterior, soa como despeito e, o mais importante, não leva a nada. Uma coisa que sempre falamos no coaching é sobre focar no presente e no futuro.

Em vez disso, tente… fazer uma lista de tudo o que não gostava no emprego anterior e, ao lado, listar o que você deseja ter no lugar. Se o ambiente era pesado, então você quer leveza. Se era um caos, então você quer um lugar organizado. Isso ajuda a dar clareza para a sua busca profissional e redireciona seu foco para o lado positivo, para o que quer daqui para frente. Rabugice pode ser um charme, mas não contribui em nada na recolocação, tá?

5. Ficar o dia todo na internet e evitar encontros profissionais. Por trás do computador, a gente fica mais corajosa, né? É mais fácil mandar e-mail pedindo emprego do que ligar. E é mais fácil ligar do que marcar um encontro. Acontece que os encontros presenciais são mais eficientes! A frase que mais ouço é "mandei e-mail para todo mundo e ninguém respondeu, tá difícil!". Oras, você pode sentar e chorar ou entender que é hora de mandar mais e-mails ainda, telefonar, insistir, marcar um café… A fase do desemprego deve ser encarada como uma oportunidade de rever antigos contatos e fazer novos, em eventos gratuitos, cursos e afins da sua área. Na verdade, mesmo oportunidades fora da sua área podem ser boas, porque são uma chance de você conversar com mais gente e expandir seus contatos.

Em vez disso, tente… comentar com várias pessoas que está buscando recolocação profissional e genuinamente se interessar por elas, nas mais diversas situações. Ninguém sabe de onde o próximo emprego vai sair, trate todo mundo bem! Outra dica é restringir o tempo de internet à busca por emprego — é comum a pessoa ficar deprimida nessa fase e querer se fechar em casa. Evite virar uma "stalker", saia de casa e tente tocar a vida com uma mentalidade positiva. Uma caminhada no momento de desânimo é atitude mais simples e certeira que você pode ter para abrir a mente e retomar sua busca. Experimente.

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

Blog da Bru Fioreti