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Bru Fioreti

Desiste antes mesmo de tentar? Você pode ter síndrome da impostora, veja como combatê-la

Bru Fioreti

02/08/2017 08h00

Uma sensação de não pertencer àquele lugar, a ideia recorrente de não merecer a boa posição no trabalho, a cabeça martelando que você não é suficientemente boa. Algo aí lhe parece familiar?

O nome disso é síndrome do impostor, termo que ganhou notoriedade após um estudo da renomada psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, que constatou quão comum era a sensação de ser uma fraude: mais de 70% das pessoas estudadas afirmaram sentir isso em algum momento da vida. E esse tipo de pensamento era ainda mais comum entre as mulheres.

Outros estudos já demonstraram que o simples fato de ser necessário identificar se é homem ou mulher piora o desempenho das mulheres em testes! Ou seja, a síndrome aflora ainda mais quando a questão do gênero aparece.

Como saber se você tem

Existem testes psicológicos para ajudar a "quantificar" a síndrome, porém o simples fato de se identificar com alguns padrões de pensamentos e atitudes já demonstra a necessidade de rever comportamentos e padrões mentais. Afinal, aumentar a autoconfiança e diminuir a sensação de ser uma fraude eleva o desempenho profissional, o engajamento na empresa e aumenta a coragem para se arriscar em novos projetos e propor ideias.

Como me sinto quando… tenho que fazer uma apresentação no trabalho, mesmo tendo passado a noite estudando. (Foto: Pexels)

Você se identifica com os tópicos abaixo?

1. Toda vez que vai fazer uma apresentação ou se colocar na reunião do trabalho teme não saber responder as perguntas — mesmo tendo se preparado e dominando o tema.

2. Sente que nunca está pronta para mudar de área, ou dar o "start" num novo projeto, ou pedir promoção.

3. Faz um curso atrás do outro ou estuda até se esgotar porque sente "que sempre precisar saber mais" antes de se aventurar em um novo trabalho ou fazer qualquer teste.

4. Começa a se martirizar, a se cobrar sem parar quando comete um erro no trabalho.

5. Prefere não se posicionar muito ou discordar dos colegas de trabalho, principalmente se forem homens. Se der, agrada a gregos e troianos e fica em cima do muro, sem se sobressair demais.

6. Tenta se sobressair apenas ao lidar com pessoas que considera inferiores para tentar se sentir melhor.

7. Sente que, mais cedo ou mais tarde, alguém vai descobrir que você não é tão boa assim.

8. Quanto mais cresce na carreira, mais começa a se sentir inadequada.

9. Tem dificuldade de aceitar elogios — pensa que são exagerados ou simplesmente não acredita que sejam verdadeiros.

10. Costuma minimizar suas conquistas e muitas vezes acredita que elas foram golpes de sorte.

11. Desiste mesmo antes de tentar, porque já sabe que não é boa o suficiente para conseguir e não quer se expor ao ridículo.

12. Ao se comparar aos outros, tem certeza de que eles são melhores, mais espertos ou mais capacitados.

13. Procrastina tudo o que tenha chance de fazer você aparecer ou se destacar, mesmo que não assuma que é por essa razão.

14. Acha que, se você consegue fazer, as outras pessoas também conseguiriam.

Ok, eu tenho. E agora? 

Isso não é um teste científico, é apenas a listagem dos "sintomas" mais comuns da síndrome do impostor.

Segundo os especialistas, o problema está em barrar seu crescimento por conta da síndrome ou em sentir-se mal no dia a dia. Ou seja, a ideia aqui é você entender o quanto se identifica com os tópicos acima e com que frequência.

Se é algo recorrente na sua vida, os próprios estudiosos da síndrome — além da doutora Gail, Valerie Young e Tara Mohr — indicam dividir o problema com pessoas de confiança. Provavelmente elas relatarão o mesmo tipo de pensamento. Também vale falar com psicólogo, coach, mentor…

A sacada é tirar o peso disso e entender que você não está sozinha. Na verdade, a maior parte das pessoas que se destaca em algum setor sente a mesma coisa.

Além de falar sobre o tema e desabafar, há duas outras estratégias: 1) traçar metas realistas e desistir de esperar a perfeição para agir; 2) concentrar seus esforços em estudar a área que mais traz insegurança, para aumentar a autoconfiança e começar a se expor.

Qual será a sua estratégia?

Sobre a autora

Bruna Fioreti é coach de vida e carreira, jornalista e consultora de branding pessoal e conteúdo. Ministra cursos e palestras sobre carreira, estilo, produtividade e temas femininos pelo Brasil - expertise desenvolvida em cinco anos como redatora-chefe da revista Glamour. Com MBA em Coaching em curso e seu projeto Manual de Você, realiza dezenas de atendimentos individuais e dissemina o conceito de #autocoaching nas redes sociais.

Sobre o blog

Dicas e reportagens sobre carreira, com foco nas mulheres que buscam satisfação, foco, produtividade e aprimoramento da imagem profissional. Um espaço para falar das tendências da área, que vai te ajudar a atingir a melhor performance da empresa chamada VOCÊ.

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